Revisão da anatomia interna dos dentes humanos
Jesus Djalma Pécora ( pecora@forp.usp.br ) - Doutor em Reabilitação Oral pela FORP-USP
- Prof. Titular de Endodontia da FORP-USP
- Editor do Brazilian Dental JournalManoel Damião de Sousa Neto ( sousanet@usp.br ) - Prof. Titular de Endodontia da UNAERP
- Pós-Graduando da FORP-USP Ricardo Gariba Silva ( gariba@forp.usp.br ) - Prof. Dr. de Endodontia da Disciplina de Endodontia do Dep. de Odontologia Restauradora da FORP-USP.
O objetivo desta breve revisão de anatomia interna dos dentes humanos consiste em avivar os conhecimentos adquiridos nos primeiros anos de Faculdade, pois têm importância fundamental para se obter sucesso na terapia endodôntica.
A anatomia do sistema dos canais radiculares dita os parâmetros sob os quais o tratamento endodôntico será realizado e afeta as possibilidades de sucesso. Essa anatomia de cada dente apresenta características comuns, bem como variações muito complexas.
A radiografia do dente pode revelar boa parte da anatomia interna que, associada aos conhecimentos teóricos, ditam o tamanho da broca a ser utilizada na cirurgia de acesso, sua direção, o tamanho do primeiro instrumento a ser utilizado no interior do canal radicular e, ainda, quais as modificações que devem ser empregadas para realizar o preparo da cavidade endodôntica, de modo a facilitar a localização dos canais radiculares.
Assim, o conhecimento da anatomia dos canais radiculares ajuda sobremaneira o profissional, desde a cirurgia de acesso até a obturação dos canais e é uma rota segura para se obter muito sucesso e evitar situações desagradáveis. Recordaremos, neste texto, de modo bastante simples, a anatomia interna de cada grupo de dentes.
Neste artigo, daremos especial enfoque às anomalias de desenvolvimento que podem ocorrer nos dentes humanos.
Revisão da Anatomia Interna dos Dentes Humanos
SUMÁRIO
Introdução
Dentes Superiores:
Incisivos
Caninos
Pré-Molares
Molares
Dentes Inferiores:
Incisivos
Caninos
Pré-Molares
Molares
Referências Bibliográficas
INTRODUÇÃO
O objetivo desta breve revisão de
anatomia interna dos dentes humanos consiste em avivar os
conhecimentos adquiridos nos primeiros anos de Faculdade, pois
têm importância fundamental para se obter sucesso na terapia endodôntica.
A anatomia do sistema dos canais
radiculares dita os parâmetros sob os quais o tratamento
endodôntico será realizado e afeta as possibilidades de
sucesso. Essa anatomia de cada dente apresenta características
comuns, bem como variações muito complexas.
A radiografia do dente pode
revelar boa parte da anatomia interna que, associada aos
conhecimentos teóricos, ditam o tamanho da broca a ser utilizada
na cirurgia de acesso, sua direção, o tamanho do primeiro
instrumento a ser utilizado no interior do canal radicular e,
ainda, quais as modificações que devem ser empregadas para
realizar o preparo da cavidade endodôntica, de modo a facilitar
a localização dos canais radiculares.
Assim, o conhecimento da anatomia
dos canais radiculares ajuda sobremaneira o profissional, desde a
cirurgia de acesso até a obturação dos canais e é uma rota
segura para se obter muito sucesso e evitar situações
desagradáveis. Recordaremos, neste texto, de modo bastante
simples, a anatomia interna de cada grupo de dentes.
Neste artigo, daremos especial
enfoque às anomalias de desenvolvimento que podem ocorrer nos
dentes humanos.
DENTES SUPERIORES
INCISIVOS
SUPERIORES
Os incisivos centrais e laterais
superiores são freqüentemente considerados dentes muito fáceis
de serem tratados endodonticamente, porque apresentam anatomia
bastante simples.
Para se obter uma boa instrumentação
dos canais radiculares desses dentes, o ombro lingual da região cervical do
canal deve ser removido com o uso de broca de Batt. Isso possibilita boa visibilidade
do canal radicular e, ainda, proporciona a ação dos instrumentos em todas as
paredes do canal, de modo a facilitar a sua limpeza e desinfecção.
incisivos centrais superiores
Os incisivos centrais superiores
podem apresentar curvatura de suas raízes para a vestibular. Esse fato não é
detectado na radiografia ortorradial e, portanto, deve-se tomar radiografias
em várias angulações. Esses dentes só oferecem dificuldades na localização de
seus canais caso estes estejam bastante atresiados.
Os incisivos laterais superiores
apresentam curvatura das raízes para a distal na maioria dos casos. Portanto, deve-se
pensar em uma técnica de instrumentação adequada, de modo a
evitar perfurações.
Esses dentes estão situados em
uma área de grande risco embriológico e inúmeros pesquisadores
têm relatados casos de anomalias neles.
São, normalmente, apresentam-se
unirradiculados, mas foram relatados casos de incisivos laterais
superiores com duas raízes (Madeira 1973, Christie et al. 1981)
Dens invaginatus
Cúspide Talão
radicular grooves (depressão
radicular)
Entre as anomalias de desenvolvimento observadas nesses dentes, pode-se citar:
Dens invaginatus, Cúspide Talão , radicular grooves (depressão
radicular) e dentes com coroas cônicas.
O Dens invaginatus é também
conhecido como Dens in dente, podendo ocorrer em qualquer dente.
Mas, sua maior incidência ocorre nos incisivos laterais
superiores. Normalmente, esses dentes podem apresentarem-se
coniformes (peg shape).
três tipos de Dens invaginatus
Existem três tipos de Dens
invaginatus, de acordo com a classificação de Oehler (1957):
Tipo I - a
invaginação do esmalte está circunscrita à área da coroa
dental.
Tipo II - a
invaginação do esmalte estende-se até o terço médio da
raiz, terminando em um saco cego.
Tipo III - a
invaginação do esmalte estende-se até a região apical do
dente, de modo a formar diversos forames apicais.
O Dens invaginatus do tipo I
não oferece dificuldade ao tratamento endodôntico, uma vez
que a invaginação é pequena e está situada na coroa
dental.
O do tipo II oferece certa
dificuldade ao tratamento endodôntico, uma vez que faz-se
necessária a remoção da invaginação do esmalte do
interior do canal radicular. Pécora et al.(1987) e Vansan et
al. (1990) relatam casos de tratamento endodôntico de Dens
invaginatus tipo II.
O Dens Invaginatus tipo III
oferece dificuldade ao tratamento endodôntico, pois deve ser
complementado com retro-obturação. Nem sempre é possível
salvar um dente com esse tipo de anomalia. Costa et al.
(1990) relatam um caso de Dens invaginatus do tipo III em um
segundo molar superior.
Cúspide Talão
Outra anomalia que tanto pode ocorrer no incisivo central como no lateral superior
é Dens Evaginatus ou Cúspide Talão.
Essa anomalia consiste na
evaginação da área do cíngulo desses dentes, promovendo uma
cúspide extra. A presença da cúspide extra nos incisivos
superiores pode causar problemas de estética, cárie em virtude
da dificuldade de higienização, trauma de oclusão e, ainda,
irritação traumática da língua durante o ato mastigatório.
Ao contrário do Dens Invaginatus,
o tratamento de um dente com cúspide Talão é bastante simples,
uma vez que a remoção da evaginação transforma a
intervenção nesse dente igual àquela realizada em um dente
normal.
Caso haja comunicação com o
órgão pulpar durante a remoção da cúspide extra, realiza-se
o tratamento endodôntico de modo convencional.
O incisivo lateral superior pode
apresentar uma anomalia de difícil diagnóstico, que é a
presença da depressão radicular (radicular grooves). Essa
depressão normalmente está presente na lingual dos incisivos
laterais, na área do cíngulo e se estende para a raiz, podendo
cessar em diferentes pontos da região radicular. A presença da
depressão radicular constitui uma via de penetração de
microrganismos, que alimenta de modo definitivo um problema periodontal.
O diagnóstico precoce dessa anomalia
é importante pois o paciente pode ser orientado para higienizar seus dentes
de modo a evitar a instalação de uma bolsa periodontal. A confecções de próteses
fixas sobre um dente que apresenta depressão radicular deve ser evitado, pois
o problema periodontal não terá fácil solução.
CANINOS
SUPERIORES
comprimento muito longo
Pela configuração anatômica, esses dentes apresentam canais com dimensões maiores
no sentido vestíbulo-lingual do que no sentido mésio-distal. Eles podem apresentar
comprimento muito longo. Em nossos estudos, observamos que os caninos
superiores podem apresentar um comprimento médio de 25.5 mm , variando de 20
mm até 32 mm.
Os caninos apresentam ombro na
região cervical do canal radicular, que deve ser removido para possibilitar
uma boa instrumentação . Eles podem apresentar curvaturas de suas raízes.
Essas curvaturas podem ser, em muitos casos, bastante acentuadas.
Caninos superiores
com curvaturas de suas raízes.
Para detectar a direção da
curvatura das raízes, deve-se tirar radiografias em diferentes
angulações. Se a curvatura apical da raiz mover em direção
oposta à movimentação do cone de raio X, a curvatura estará
para a vestibular. Caso a curvatura mova-se na mesma direção
que o cone de raio X, a raiz apresenta curvatura para a lingual.
Dens invaginatus Tipo III
Dens Invaginatus Tipo III
Os caninos superiores podem apresentar Dens Invaginatus. Ver Dens invaginatus
Tipo III com tratamento por retro-obturação e um Dens Invaginatus Tipo
III em dente extraido.
Os caninos muito longos apresentam
dificuldades para serem limpos. Portanto, utilize muita solução
irrigante e instrumente com muita atenção. Durante a
obturação, leve pouco cimento de cada vez, até preencher todo
o canal radicular. Quando se coloca muito cimento obturador no
interior do canal radicular de uma só vez, há a possibilidade
de o cimento ficar todo na região cervical, não atingindo as
regiões média e apical do canal.
Esses dentes não estão isentos
da possibilidade de apresentar anomalias de desenvolvimento.
Portanto, toda atenção é pouca.
PRÉ-MOLARES
SUPERIORES
Primeiro Pré-Molar
Superior
birradiculares
Normalmente, esses dentes são birradiculares, sendo uma raiz localizada
na vestibular e outra na lingual.
A cirurgia de acesso à câmara
pulpar deve ter forma oval, sendo maior no sentido vestíbulo
lingual do que no sentido mésio-distal.
Quando esses dentes apresentam-se
com raiz única, normalmente apresentam dois canais: um na
vestibular e o outro na lingual, que podem terminar em um único
forame ou em dois forames distintos.
Os pré-molares birradiculados
podem apresentar as suas raízes terminando em uma ponta bem
fina, especialmente a raiz vestibular. A instrumentação desses
canais não deve ser exagerada, para não causar perfurações.
três raízes
Algumas vezes, os primeiros pré-molares superiores podem se apresentar com três
raízes e, portanto, três canais. Quando isto ocorre, a instrumentação dos
três canais torna-se uma tarefa bastante difícil, em virtude da pequena dimensão
da coroa deste dente.
Para evitar complicações durante
o tratamento endodôntico desses dentes, faça várias
radiografias de diagnóstico e as estude com atenção. Só
inicie o tratamento endodôntico após ter certeza das
variações anatômicas que podem estar presentes no dente a ser intervido.
Segundo Pré-Molar
Superior
segundos pré-molares
Esses dentes apresentam-se com uma única raiz na maioria dos casos (90 %), mas
somente poucos apresentam-se com um único canal. Tudo o que foi relatado sobre
os primeiros pré-molares superiores deve ser observado nos segundos pré-molares
superiores.
MOLARES
SUPERIORES
Primeiro Molar Superior
Estes dentes têm sido bastante
estudado quanto às suas anatomias internas, principalmente em
relação ao número de canais presentes na raiz mésio-vestibular.
Antigamente, os dentistas
acreditavam que eles apresentavam-se com três canais e,
infelizmente, essa crença predomina até os dias de hoje. Inúmeras
pesquisas têm demostrado a alta incidência de dois canais na
raiz mésio-vestibular.
Hoje, o primeiro molar superior
deve ser encarado como um dente que apresenta, normalmente, quatro
canais, que podem estar distribuídos do seguinte modo:
um canal na raiz palatina (na literatura há casos citados de
dois canais nessa raiz), um canal na raiz vestíbulo-distal e
dois canais na raiz vestíbulo-mesial.
A presença de dois canais na raiz
palatina é bastante rara mas pode ser encontrada, e isto exige
do operador bastante atenção.
A presença de dois canais na raiz
vestíbulo-mesial é bastante alta. O canal principal dessa raiz
é mais amplo que o segundo canal. O segundo canal, normalmente,
está localizado mais para a porção lingual da raiz
vestíbulo-mesial. A presença de um sulco no assoalho pulpar ,
saindo do canal principal, é um forte indicativo da presença do
segundo canal nesta raiz.
Para localizar o segundo canal da
raiz vestíbulo-mesial mais facilmente, estenda a cavidade de
acesso mais para a mesial e para a vestibular. No lugar de uma
cavidade de forma triangular, faça uma cavidade de forma de
coração.
Esquema da cirurgia de acesso que
facilita a localização do segundo canal na raiz
vestíbulo-mesial
Procure com bastante atenção o
segundo canal da raiz mésio-vestibular, pois a sua não
localização e, portanto, a sua não instrumentação e
obturação comprometem seriamente o sucesso do tratamento endodôntico.
Observar que a raiz palatina pode
apresentar curvatura para a vestibular em 54,6% dos casos.
Primeiro
molar superior apresentando
a raiz palatina com curvatura
para a vestibular.
Segundo Molar Superior
Esses dentes apresentam variação
no número de raízes. Eles podem apresentar duas raízes, três
raízes e até mesmo quatro raízes. A fusão de raízes no
segundo molar superior é um fato comum, principalmente nos
pacientes de origem mongólica. A presença de três raízes é
um fator indicativo de que a raiz mésio-vestibular deva ser
muito bem pesquisada, pois ela pode apresentar dois canais, como
nos primeiros molares superiores.
Dens invaginatus
pode ser encontrados nos segundos molares superiores (Costa et al, 1990).
Terceiros Molares
Superiores
Muitas vezes, faz-se necessário
o tratamento endodôntico desses dentes e a sua anatomia é bastante irregular.
Eles tanto podem apresentar-se como um molar comum, como podem apresentar-se
com anatomia completamente irregular. Toda atenção é pouca
para não deixar nenhum canal sem tratamento.
Anatomia irregular em um
terceiro molar superior.
DENTES INFERIORES
INCISIVOS
INFERIORES
Esses dentes têm alta incidência
de dois canais em sua raiz. No passado, eles eram conhecidos como dentes com
um só canal e essa crença, infelizmente, persiste até os dias atuais. A incidência
de dois canais é maior nos incisivos laterais do que nos incisivos centrais,
mas o fato não pode ser esquecido. Tenha sempre em mente que a possibilidade
de encontrar incisivos inferiores com dois canais é bastante grande.
As técnicas radiográficas de
dissociação de imagem são bastante úteis para revelar a
presença de dois canais nesses dentes. Quando dois canais estão
presentes, um estará situado na vestibular da raiz e o outro na
lingual.
Na presença de incisivos inferiores
com dois canais, amplie a cavidade de acesso no sentido vestíbulo lingual para
se obter maior visibilidade dos canais. Normalmente o canal lingual está situado
abaixo do ombro. Portanto a sua remoção faz-se necessária.
CANINOS
INFERIORES
Esses dentes apresentam
achatamento mésio-distal de suas raízes e, desse modo, o canal
é mais largo no sentido vestíbulo-lingual do que no sentido
mésio-distal. A área de dentina na região vestibular e lingual
do canal radicular é mais permeável que as paredes mesiais e
distais. A instrumentação do canal radicular deve ser feita
atuando em todas as paredes dos canais radiculares,
principalmente na parede vestibular e lingual, pois nestas áreas
estão presentes os microrganismos em maiores números.
Os caninos inferiores podem se
apresentar do seguinte modo:
a) uma raiz e um canal;
uma raiz com dois canais
b) uma raiz com dois canais, que podem terminar em um único forame
ou em dois forames independentes e
com duas raízes e dois canais
c) com duas raízes e dois canais, que podem estar bifurcados na região
média ou na região apical ou, ainda, fusionados.
Observe muito bem a radiografia de
diagnóstico para saber como é o canino inferior que você vai
intervir. Cuidado com os caninos inferiores, pois eles não são
simples como parecem.
PRÉ-MOLARES INFERIORES
Primeiro Pré-Molar
Inferior
anatomia externa e interna
Os primeiros pré-molares inferiores são, provavelmente, os mais difíceis de
serem tratados endodonticamente, em virtude de apresentarem uma anatomia
externa e interna bastante complexa.
Eles podem se apresentar do
seguinte modo:
a) um canal e um forame;
b) um canal que se bifurca no
terço apical, terminando em dois forames independentes;
c) um canal que se bifurca no
terço médio da raiz terminando em dois forames
independentes;
d) dois canais separados desde
o terço cervical da cavidade pulpar , terminando em dois
forames independentes,
e) dois canais separados desde
o terço cervical, terminando em um único forame;
f) dois canais que se bifurcam
em quaisquer dos terços e terminam em um único forame.
Além dessas variações anatômicas, eles podem ainda
apresentar raízes fusionadas com dois, três ou quatro
canais.
Mais uma vez, insistimos na
atenção que deve ser dada ao estudo da radiografia de
diagnóstico antes de se iniciar o tratamento endodôntico desses
dentes. Muitas vezes, dependendo do número de canais presentes,
devemos ampliar a cavidade de acesso à câmara pulpar no sentido
vestíbulo-lingual, para facilitar a instrumentação e
obturação dos canais radiculares.
Segundo Pré-Molar
Inferior
A anatomia desses dentes pode
apresentar-se bastante complexa, de modo semelhante aos primeiros
pré-molares inferiores.
MOLARES
INFERIORES
Primeiro Molar Inferior
Os primeiros molares inferiores
também fazem partes dos dentes onde o mito de apresentarem três
canais é bastante forte. Hoje, após inúmeras pesquisas
desenvolvidas no decorrer deste século, esse mito não
corresponde à realidade.
primeiros molares
Nos primeiros molares inferiores, apesar de sua grande maioria apresentar-se
com duas raízes , o número de canais radiculares pode variar do seguinte modo:
a) dois canais na raiz mesial e um canal na raiz distal;
b) dois canais na raiz mesial e dois canais na raiz distal;
c) três canais na raiz mesial
e um na raiz distal;
d) três canais na raiz mesial
e dois canais na raiz distal.
três raízes
Além dessas variações, esses dentes podem se apresentar com três raízes e
todas as variações anteriormente citadas. Desse modo, é possível verificar a
enorme variação anatômica que pode estar presente no primeiro molar inferior.
A incidência de três raízes
nesse dente é baixa nos povos de origem caucasiana (5%) e alta
nos povos de origem mongólica (20%). A terceira raiz está
situada na posição disto-lingual.
Ao iniciar um tratamento
endodôntico em um primeiro molar inferior, tenha em mente todas
essas possibilidades.
Segundo Molar Inferior
Esses dentes podem apresentar anatomia
interna e externa semelhantes aos primeiros molares inferiores. Na região da
furca, eles podem apresentar uma pequena raiz acessória na vestibular (forma
peduncular).
Forma peduncular, ocasional,
em um segundo molar inferior.
Terceiro Molar Inferior
Muitas vezes, faz-se necessário o
tratamento endodôntico desses dentes e, então, é importante
considerar que eles não seguem um padrão anatômico
característico. Toda atenção é necessária para se obter um
sucesso na terapêutica endodôntica.
Para finalizar esse breve lembrete
sobre a anatomia interna dos dentes humanos, queremos deixar bem
claro o fato que um dente pode apresentar um canal a mais do que
o esperado.
Você pode colaborar com a
pesquisa de anatomia interna, documentando e publicando todas as
variações detectadas nos dentes humanos.
Sugerimos a leitura de artigos
sobre anatomia interna publicados nas Revistas Especializadas.
REFERÊNCIAS
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