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Reparação de feridas de extração dental submetida ao tratamento com laser - estudo histológico em ratos
REPARAÇÃO DE FERIDAS DE EXTRAÇÃO DENTAL
SUBMETIDA AO TRATAMENTO COM RAIO LASER - ESTUDO HISTOLÓGICO EM
RATOS
LASER RAY EFFECTS ON WOUND HEALING
OF DENTAL EXTRACTION - HISTOLOGICAL STUDY IN RATS
INTRODUÇÃO
Podemos conceituar processos de
reparo em feridas de extração dental, ao conjunto de eventos biológicos que
ocorrem no interior do alvéolo, a partir da exodontia e que tem como objetivo
fundamental preencher completamente o alvéolo dental com tecido ósseo.
A partir do clássico trabalho sobre o processo de
reparação em feridas de extração dental desenvolvido por EULER (19), vários
pesquisadores procuram estudar os fenomenos biológicos envolvidos e, através de estudos experimentais e
clínicos, utilizando-se de método radiográfico, histológico e histoquímico,procuraram estabelecer os padrões
normais deste processo de reparo (3,39,41,57).
A literatura tem demonstrado vários trabalhos que
procuraram avaliar o processo de reparação alveolar frente a presença de
vários fatores, locais e/ou sistêmicos. Dentre os fatores sistêmicos já
estudados, a administração do paratôrmonio (50), glicocoticóides (3,55), o
diabetes (23), o hipotireoidismo (40), a tireoparatireodectomia (22), a
hipertenção renal crônica (10), a lesão da eminência médica hipotalâmica
(15), a desidratação (9), estado gestacional (53) e aguardente de cana (61),
retardam a cronologia de reparo do processo alveolar.
Outros estudos, no entanto, tem procurado avaliar o reparo
alveolar frente a presença de fatores locais. Assim, várias substâncias
aloplásticas foram estudadas como: Proplast (52,65), estimulação ultra-sônica na área alveolar (68), osso anorgânico (54), esponja de
polivinil-álcool (58), osso sintético (12), esponja de poliuretano (40), gesso
Paris (64), Apernyl (11), esponja de gelatina (51), cera óssea (56) e colágeno
microcristalino (24), cujos resultados demonstram, que na quase totalidade,
promovem retardo do reparo alveolar.
Com o advento do primeiro aparelho de Raio Laser criado
por MAIMAN (29), utilizando o rubi como meio ativador, surgiu uma nova opção
terapêutica não só na medicina quanto na Odontologia.
Tem sido demonstrado ao longo dos anos, que os efeitos
biológicos do Laser de bioestimulação se processa de diferentes formas: quer
através da indução da atividade mitódica das células epiteliais (26),
modificando a densidade capilar (37), estimulando a microcirculação local
(16,20,35) e principalmente aumentando a síntese do colágeno, não só "
ïn vitro" (1,7,34) quanto" ïn vivo" (2,14,20,31,32,34,59).
Na análise da literatura observamos poucos trabalhos que
estudaram a aplicação do Raio Laser de bioestimulação, principalmente no
preparo alveolar, não não só em condições normais (43,62,63) ou em casos de
alveolite (17,21,27,30,42,46). Estes trabalhos, no entanto, fundamentam-se em
observações clínicas (63) quando não, utilizaram aparelho laser protótipo
(43), sem considerar os tipos diferentes de meio ativador utilizado, de
Hélio-Neônio (43) ou Arsênio e Gálio (62,63), com comprimento de onda
também variado de 632,8 nanômetros (43) e 904 nanômetros (62,63), além de
outras variáveis, como o tempo de exposição empregado, de 5 minutos (62), 6
minutos (43) e de 8 minutos (63).
Desta forma face a escassez de trabalhos científicos bem documentados, aliados à diversidade de metodologia
encontrada, além da
divergência de resultados e, com o instituto de contribuir para oferece bases
mais sólidas e científicas para a utilização clínica do Raio Laser, é que
propomos no presente estudo, avaliar do ponto de vista histológico em ratos, o
processo de reparação em feridas de extração dental submetidas ao tratamento
com Raio Laser.
MATERIAL E MÉTODOS
Para o desenvolvimento do presente estudo, foram
utilizados 32 ratos (Rattus norvegicus,albinus,Wistar), machos,com peso variando
entre 160 e 220 g, os quais procediam do Biotério da Faculdade de Odontologia
do Campus de Araçatuba, UNESP.Os animais mostravam-se sadios, em condições de
sofrerem os experimentos propostos e foram mantidos em gaiolas individuais,
recebendo ração granulada comercial (Ração ativada "Produtor"-
Anderson Clayton S/A) e água "adlibitum"antes e durante todo o
período experimental.
Nos ratos,após a anestesia por inalação de éter sulfúrico, foi realizada a exodontia do incisivo superior do lado
direito, utilizando-se uma pinça adaptada por OKAMOTO & RUSSO (40). Em seguida os
animais foram divididos em seguida os animais foram divididos em dois grupos.
No grupo I, também denominado de grupo Controle,
constituído por 16 ratos, após a exodontia do incisivo superior do lado
direito, os animais não receberam qualquer tratamento intra alveolar,recebendo
apenas sutura das bordas alveolares, com fio de seda 4-0 (Sutupack Ethicon -
Johnson & Johnson).
No grupo II, também denominado de Grupo Experimental,
constituído por 16 ratos, após a exodontia do incisivo superior do lado
direito e sutura das bordas da ferida, os animais foram submetidos a aplicação única de Raio Laser realizada imediatamente após a
sutura.
O aparelho de Raio Laser utilizado no presente estudo foi
o CAVITY-D1-UP, com as seguintes especificações: Laser de emissão
infravermelha, emissor de Arsênio e Gálio (As-Ga), 904 nanômetros de
comprimento de onda,potência de pico - 10 Watts, potência média de saída -
entre 0,5 a 3,5 mW, frequência de repetição - entre 500 a 3.700 Hertz, forma
de aplicação - fibra ótica.
O Raio Laser foi aplicado em todos os animais do Grupo
Experimental, de forma "pontual", diretamente sobre a mucosa gengival
vestibular, na altura da porção média do alvéolo dental, com frequência de
2 mW de potência e 3 minutos de tempo de exposição.
Decorridos 3,7,14 e 21 do ato cirúrgico e pós
aplicação do Raio Laser, os animais, em número de 4 para cada grupo, foram
sacrificados, também por inalação de éter sulfúrico. Após o sacrifício, o
maxilar superior esquerdo foi separado do direito através de uma lanceta. Por
intermédio de uma tesoura de ponta romba, executamos um corte tangenciando a
face distal do terceiro molar, possibilitando desta forma a obtenção da
porção da maxila, contendo o alvéolo dental tratado ou não com Raio Laser.
As peças obtidas foram fixadas em formol a 10% por um
período mínimo de 24 horas, e em seguida, descalcificadas em solução de
citrato de sódio e ácido fórmico em partes iguais (38).
Concluída a descalcificação, as peças foram incluidas
em parafina, orientadas de forma a permitir cortes dos alvéolos dentais, no seu
sentido longitudional. Os cortes semi- seriados com 6 micrômetros de espessura,
foram corados pela técnica da hematoxilina e eosina.
RESULTADOS
- 3 DIAS-
GRUPO CONTROLE
Boa
parte do alvéolo dental acha-se ocupado por coágulo sanguíneo exibindo grande
número de macrófagos em seu interior.
Junto à parede óssea
lingual, pode ser evidênciado o remanescente do ligamento periodontal
rico em fibroblastos e vasos sanguíneos. No terço cervical mais próximo
a abertura do alvéolo, nota-se moderado número de polimorfonucleares
neutrófilos. Ao nível do terço médio e apical, pode ser
evidenciado,adjacente ao ligamento periodontal, moderado número de fibroblastos
e capilares neoformados junto ao coágulo sanguíneo (Fig.01).
O epitélio da mucosa
gengival mostra discreta proliferação e o conjuntivo subjacente exibe moderado
número de linfócitos e macrófagos.
GRUPO EXPERIMENTAL
O alvéolo dental
acha-se
parcialmente ocupado por coágulo sanguíneo, mostrando as mesmas
características observadas no grupo anterior. Junto à parede óssea
alveolar, observa-se remanescente do ligamento periodontal bem vascularizado e
rico em fibroblastos. Junto ao terço cervical, evidencia-se também, moderado
número de polimorfonucleares neutrófilos.
Adjacente ao ligamento
periodontal, nota-se ao nível do terço médio e apical, intensa proliferação
fibroblástica e capitalar (Fig. 02). Na área de neoformação conjuntiva exibe
pouco coágulo sanguíneo, notando-se ainda, moderado número de linfócitos e
macrófagos.
O epitélio da mucosa
gengival, com solução de continuidade, exibe discreta proliferação e o
conjuntivo subjacente mostra moderado número de linfócitos e macrófagos.
- 7 DIAS -
GRUPO CONTROLE
Ao
longo dos três terços alveolares, acham-se preenchidos parcialmente por tecido
conjuntivo neoformado imaturo, exibindo grande número de fibroblastose
capilares neoformados. Em inúmeros pontos observa-se ainda, pequena quantidade
de coãgulo sanguíneo sem organização.
Ao nível do terço médio no lado lingual, observa-se pequenas
espículas ósseas neoformadas com númerosos
osteoblastos em suas bordas (fig. 03).
O epitélio da mucosa gengival, na maioria dos casos recobre praticamente
o alvéolo dental. Em alguns espécimes o epitélio recobre aproximadamente os
dois terços da abertura alveolar.
GRUPO EXPERIMENTAL
Neste grupo, com exeção de pequenas
áreas junto ao terço cervical, o alvéolo dental acha-se ocupado por tecido
conjuntivo neoformado mais desenvolvido quando comparado ao grupo conrole. Assim,
são poucas áreas ocupadas por coágulo sanguíneo e, junto à parede óssea
alveolar lingual, nota-se pequenas trabéculas ósseas imaturas com numerosos
osteoblastos em suas bordas (fig. 04). Nas proximidades, observa-se a presença
de tecideo conjuntivo rico em fibras colágenas. Por outro lado, o eptélio da
mucosa gengival, recobre totalmente a abertura do alvéolo dental.
-
14 DIAS -
GRUPO CONTROLE
Toda a extenção do
alvéolo dental encontra-se ocupada por tecido conjuntivo neoformado
apresentando diferentes características conforme o terço considerado. Assim
junto ao terço médio e apical, podem ser evidenciadas trabéculas ósseas
delgadas ocupando aproximadamente 40% da área (fig. 05). O tecido conjuntivo
entre as trabéculas é bem vascularixado e rico em fibroblastos.
Junto ao treço cervical, nota-se a presença de tecido ósseo neoformado
apenas junto à parede óssea alveolar. Nas
demais áreas, observa-se a presençca de tecido conjuntivo com moderado número
de fibroblastos.
O epitélio da mucosa gengival, recobre o alvéolo dental em sua
totalidade.
GRUPO EXPERIMENTAL
Os três terços alveolares
encontram-se ocupados por trabéculas ósseas neoformadas apresentando
diferentes características. Assim, ao nível dos terços médio e apical, as
trabéculas ósseas são bem desenvolvidas, ocupando aproximadamente 70% da
área (fig. 06). No espaço intertrabecular pode ser evidenciado tecido
conjuntivo bem vascularizado e rico em fibroblastos. Junto ao terço cervical,
as trabéculas ósseas são mais delgadas e ocupam em torno de 50% da área. No
espaço intertrabecular, nota-se a presença de tecido conjuntivo bem
vascularizado e rico em fobroblastos.
O epitélio da mucosa gengival, recobre o alvéolo dental em sua
totalidade.
- 21 DIAS -
GRUPO CONTROLE
Os terços médio e apical do alvéolo
dntal, com exeção de alguns pontos, acham-se preenchidos por trabéculas
ósseas espenssas com canais medulares bem definidos (fig.07). Junto ao terço
cervical, no entanto, observa-se na maioria dos espécimes , áreas sem
diferenciação óssea exibindo tecido conjuntivo ora com moderado número de
fibroblastos, ora com elevado número destas células.
GRUPO EXPRIMENTAL
Em todos os espécimes os três terços
alveolares encontram-se praticamente ocupados por trabéculas ósseas espensas
com canais medulares geralmente reduzidos (fig. 08). Ocasionalmente podem ser
observadas pequenas áreas com trabéculas delgadas notadamente junto ao
terço cervical.
DISCUSSÃO
Na análise dos resulados
obtidos no presente estudo, observamos que as feridas go Grupo Experimental,
submetidas ao tratamento com Raio Laser, quando comparadas com as do Grupo
Controle, mostram processo de reparação mais evoluido, caracterizado por
organização mais rápida do coágulo sanguíneo, intensa proliferação
vascular e fibroblásticas, formação óssea mais precoce e mais intensa, além
do fechamento epitelial mais rápido do alvéolo dental.
Nossos resultados revelam também, no período inicial de 3 dias, que as
feridas do Grupo Experimental, mostram formação mais precoce do tecido de
granulação cicatricial, caracterizado pela rápida organização e reabsorsão
do coágulo sanguíneo além de intensa proliferação vascular e fibroblástica,
óssea mais precoce e mais intensa, além do fechamento epielial mais rápido do
alvéolo dental.
Nossos resultados revelam também, no período inicial de 3 dias, que as
feridas do Grupo Experimental, mostram formação mais precoce do tecido de
granulação cicatricial, caracterizado pela organização e reabsorção do
coágulo sanguíneo além da intensa proliferação vascular e fibroblástica.
Estas observações tornaram-se mais evidentes no período de 7 dias, onde o
alvéolo dental tratado com raio laser, apresentou-se totalmente preenchido com
tecido conjuntivo neoformado com características mais desenvolvidas que o
Grupo de Controle.
Estes resultados são corroborados por GARCIA (20) que estudou o processo
de reparação de feridas abertas provocadas na região dorsal de atos e
submetidas ao tratamento com Raio Laser de Ar-Ga, de 904 nanômeros de
comprimento de onda. Através de alvaliações clínicas, biométricas e
histológicas observou que as feridas tratadas com Raio Laser mostravam
aceleração do processo de reparação, com elevada ploriferação vascular e
fibroblástica, além de demonstrar o tecido conjuntivo bem desenvolvido e rico
em fibras colágenosas. Tais eventos histológicos eram mais evidentes nos
períodos de 3 a 7 dias. Estas observações fortalecem as evidências de que a
ação do Raio Laser se processa a nível vascular e celular, com maior
intensidade nas fases iniciais do processo de reparo.
A intensa ploriferação vascular observada no presente estudo é
corroborada por inúmeros trabalhos que demostram a capacidade do Raio Laser
estimular a microcirculação local (5, 13, 16, 20, 35). Por outro lado, a
intensa proliferação fibroblástica também observada no presente estudo,
provavelmante se deva à ação do Raio Laser sobre os fibroblástos presentes
no remanescente do ligamento periodontal. Esta observação é fortalecida por
vários autores que tem demonstrado a capcidade do Raio Laser estimular a
atividade dos fibroblásticos não só ´´invitro´´ quanto ´´in vivo´´
(6, 13, 14, 26, 60).
Muito embora tem sido apresentado na literatura, várias formas de ação
do Raio Laser (1, 28, 44, 49),há relato de que os fibroblástos de tecido
gengival humano quando tratado com Raio Laser, Mostram-se a nível de
microscopia eletrônica, mais numerosos, comsuas organelas citoplásticas (mitocôndrias,
retículo endoplasmático rugoso) aumentadas, além de demonstrar maior
atividade enzimática (enzimas ovidativas, leucinas aminopeptidases) (13).
Esses resultados fortalecem os achados clínicos de VERPLANKEN (63) que
observou em humanos, que os alvéolos dentais tratados com Raio Laser de Ar-Ga,
mostraram reparação mais rápida demosntrando maior indíce de contração das
bordas da ferida cirúrgica.
Nossos resultados são corroborados por TAKEDA (62) que estudou a
reparação alveolar em molares de ratos, submetendo-os ao tratamento com Laser
de Arsênio e Gálio ( Ar-Ga), com comprimento de onda de 904 nanômetros, 25 mW
de potência, densidade energética de 20 Joules (J / cm2) e tempo de
exposição de 5 minutos. Resultados semelhantes aos obtidos em nosso estudo,
foi observado por NICCOLI (43) utilizando-se de um protótipo de aparelho Raio
Laser de Hélio-Neônio (He-Ne), com comprimento de onda de 632,8 nanômetros
0,75 mW de potência e 1 Joule de densidade energética, com tempo de
exposição de 6 minutos.
Na análise comparativa destaes trabalhos, observamos que encontrammos
respostas biológicas semelhantes quando foi utilizado aparelho Laser com
Comprimento de onda de 904 nanômetros idênticos ao do nosso estudo (62) ou com
comprimento de onda de 632,8 nanômetros (43), embora alguns autores acreditam
que o fator comprimento de onda possa influenciar na resposta biológica (26).
este fato fortalece ainda mais a observação de Garcia (20) que caham a
atenção de que o fator comprimento de onda pode não representar o fator mais
importante para a obtenção dos efeitos fotobiológicos, pois estudando o
processo de reparação de feridas cutâneas observou respostas biológicas
variáveis, quando utilizou didiferentes ferquências e potências do Raio
Laser. Este fato é corroborado também por outros trabalhos que observaram
resultados biológicos diferentes quando empregaram diferentes frequências
(18).
Por outro lado, outra condição de fundamental importância para a
utilização do Raio Laser é o fator dose energética e tempo de exposição.
Estes podem trazer danos ao sistema intracelular levando inclusive a morte
celular (43).
Desta forma dentro da metodologia utilizada no presente estudo, obtivemos
resutados biológicos satisfatório utilizando tempo de exposição (3minutos)
inferior aos encontrados na literatura (43,62). Comparativamente, observamos que
nossos resultados se fortalecem pelo fato de que utiliziamos pequena potência
(2 mW) e pequena densidade de energia (3Joules/cm2) em relação a
outros trabalhos (62), que utilizou 25 mW e 20 Joules/cm2.
Outro fato observado no presente estudo, foi a formação óssea mais
precoce evidente no período de 7 dias, nas feridas do Grupo Exprimental. Este
fato tornou-se mais evidente no período de 14 dias e com maior extenção do
alvéolo dental, no período de 21 dias.
Muito embora o mecanismo de ação do raio Laser sobre a reparação
óssea não esteja totalmente esclarecido, acreditamos que o Raio Laser
provavelmente possa estimular as células memesenquimais indiferenciadas,
presentes no remanescente do ligamento periodontal e, consequentemente ,
promover maior diferenciação celular osteoblástica, o que promoveria
formação óssea alveolar mais intensa, fato evidente no presente estudo nas
feridas tratadas com Raio Laser em comparação com as feridas não tratadas (controles).
Quanto ao fechamento epitelial mais rápido das feridas alveolares do
Grupo Experiemntal, nítida a partir do período de 7 dias, corrobora os achados
preliminares de outros estudos (20, 25, 26, 33, 36).
GARCIA (20) salienta que várias são as hipóteses que procuram explicar
a proliferação apitelial no processo de reparação de feridas. Assim o Raio
Laser poderia interferir em diferentes mecanismos como a produção de "trefonas"
ou "hormônios das feridas " (47), estimular a formação de "complexo
de de adrenalinacalona"(8), ou promover a "interrupção do
fornecimento de catecolaminas para área cirúrgica"(48) ou promover "aumento
da tensão de oxigênio local" através o aumento da vascularização (45).
Desta forma, forma, com a metodologia utilizada no presente estudo,
torna-se difícil esclarecer o mecanismo pelo qual o Raio Laser promoveu
diferentes eventos biológicoa favoráveis à reparação. No entanto, é
válido ressaltar que o Raio Laser promoveu uma aceleração da cronologia dos
eventos biológicos da reparação de feridas de extração dental, visto que
houve formação mais precoce do tecido de granulação cicatricial, formação
óssea mais precoce e mais intensa e fechamento mais rápido das bordas da
ferida alveolar. Por outro lado, acreditamos na nescessidade de novos estudos
que possam esclarecer ainda mias os intrínsecos mecanismos da reparação
alveolar.
CONCLUSÕES
Baseado na análise dos
resultados abtidos no presente estudo, parece-nos lícito concluir que:
1- as feridas do Grupo Experimental, tratadas com Raio Laser,
demonstraram aceleração do processo de reparação alveolar, caracterizado por:
a) formação mais rápida do tecido de granulação cicatricial;
b) formação mais precoce e em maior extensão do tecido ósseo
alveolar;
c) Fechamento mais rápido das bordas epiteliais das feridas.
2- os eventos histológicos mostraram-se mais favoráveis durante toda a
pesquisa.
3- No final do experimento, 21 dias, as feridas do Grupo Controle,
demonstrando formaçào óssea em toda a extenção alveolar.
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Fig. 01 - GRUPO CONTROLE. 3dias. Terço adjacente ao
ligamento periodontal evidenciando moderado número de fibroblástos e
capiliares neoformados. H. E. 160 X. |
Fig. 02 - GRUPO EXPERIMENTAL. 3 dias. Terço médio
adjacente ao ligamento periodontal exibindo intensa proliferação
fibroblástica e capilar. H. E. 160 X. |
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Fig. 03 - GRUPO CONTROLE. 7 dias. Terço médio
evidenciando áres com pequenas espículas ósseas neoformadas com
numerosos osteoblastos em suas bordas. HE. 63 X. |
Fig. 04 - GRUPO EXPERIMENTAL. 7 dias. Terço médio, lado
lingual, mostrando áreas com pequenas trabéculas ósseas neoformadas
notando-se nas proximidades, tecido conjuntivo rico em fibras colágenas.
H. E. 63 X. |
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Fig. 05 - GRUPO CONTROLE. 14 dias. Terço médio do
alvéolo evidenciando trabéculas ósseas delgadas ocupando,
aproximadamente, 40% da área. H. E. 63 X. |
Fig. 06 - GRUPO EXPERIMENTAL. 14 dias. Trabéculas
ósseas bem desenvolvidas ocupando em torno de 70% de área, notando-se
ainda a presença de tecido conjuntivo bem vascularizado e rico em
fibroblástos. H. E. 63 X. |
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Fig. 07 - GRUPO CONTROLE. 21 dias. Terço médio
evidenciando trabécuals ósseas espenssas com canais medulares bom
definiodos. H. E. 63 X. |
Fig. 08 - GRUPO EXPERIMENTAL. 21 dias. Terço médio do
alvéolo com tranbéculas ósseas espensas exibindo áreas com canais
reduzidos. H. E. 63 X. |
REFERÊNCIAS
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Estudo histológico em cães. Araçatuba, Faculdade de Odontologia - UNESP.
1980. Dissertação de Mestrado.
Mais referências, veja: - Revista
da Faculdade de Odontologia de Lins ( FOL ) Vol. 9 - nº 1, págs. 33 a
41. - jan/jun. 1996.
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